segunda-feira, 8 de agosto de 2011

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Texto de Ailin Aleixo

Durante muito tempo acreditei que o que me fazia amar um homem era a inteligência.

Ficava enfeitiçada com citações, elucubrações e teses. Mas não era.

De nada adianta um perito em física nuclear, se ele não rir das pequenas besteiras que faz, se não souber aproveitar um sábado quente simplesmente não fazendo nada (e curtindo o ócio), se virar um psicopata quando alguém o fecha no trânsito. Então saquei: bom humor era o que mais me atraía.

Sempre achei delicioso estar com alguém que não vê o mundo como uma grande e monstruosa boca cheia de dentes prestes a mastigá-lo, que vive sem arrastar correntes, faz de tudo uma possível piada. Só que nem tudo é uma piada e, em certas horas, tudo o que quero é alguém que me escute e diga algo que me conforte a alma. E, nesses momentos, o pior que pode acontecer é ser levada na piada - existe uma grande diferença entre alegria de viver e recusa a sair da infância.

Pois é, não era bom humor o que me fazia amar alguém: era, antes, sensibilidade.

Telefonemas de bom-dia, atenção a informações aparentemente banais mas que dizem muito a meu respeito, não ficar azedo e arredio por causa das minhas pequenas (ou grandes) oscilações de humor - tudo o que eu podia querer. Quase tudo.

Tenho personalidade forte e só sobrevive ao meu lado um homem que grite comigo quando eu passar dos limites do bom senso, demonstre desagrado quando eu exigir demais e oferecer de menos. Preciso ser cuidada, mas tenho que sentir que quem está comigo é um homem de verdade e não um principezinho criado pela avó. Quero ser domada, tomada. Mais uma vez minha certeza caiu por terra: nem inteligência, bom humor ou sensibilidade eram o que me fazia amar alguém. Era - isso, sim - virilidade.

Ser desejada com urgência e paixão é um dos maiores elogios que uma mulher pode receber, mas quando acaba o suadouro, o que resta? Se pouco importa o saldo, o que interessa mesmo é a movimentação, então estamos feitos. Mas, se existe a possibilidade de ser esmagada pelo vazio de sentido após, de nada vale. Pelo menos se não vier acompanhada de carinho. Taí: pensei, então, que carinho era a pedra fundamental pra despertar meu amor.

Mas logo descobri que não era. Carinho é um sentimento abrangente demais: nos invade desde a visão de um cachorro abandonado até a palavra confortadora para alguém que pouco nos importa mas a quem também não queremos mal. Não bastava, era muito pouco. Daí constatei que o essencial para que eu amasse alguém era notar no outro a vontade de ficar, o desejo de estar comigo. Constatei coisas demais e fiquei paralisada diante do ideal que havia criado: absurdo e fictício.

Hoje sei que toda enumeração é uma estupidez e qualquer tipo de formulário emocional, uma passagem sem escalas pra frustração. Claro que gosto de homens cultos, atenciosos, interessantes, divertidos e viris - seria mentira negar.

Mas a verdade é que, para que eu ame alguém, basta que eu ame alguém.

Porque, quando se precisa justificar o amor, é porque ele não existe.

Simples assim.

Linda Semana!!!

14 comentários:

  1. o mais importante é o amor,e respeito.
    otima semana
    beijinhos

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  2. Que texto bonito!! Para se amar... basta amar :)

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  3. O amor não precisa ser justificado.Ele simplesmente existe e se instala.Lino texto. ótima semana,beijos,chica

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  4. Texto espectacular!!!

    Adorei Roberta.

    Uma boa semana
    Beijos

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  5. o finalzinho disse TUDO !

    se precisar justificar....ih!

    boa semana cheia de amor

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  6. Oi minha florzinha!
    Passando para te desejar um lindo início de semana!!!

    mil bjsssssss
    Sheila

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  7. Anônimo10:09 AM

    Roberta amada,

    O Amor é assim, energias e sintonias afins que se complementam.
    E quando chega até nós, reconhecemos na hora, porque tudo passa a ter mais VIDA!

    Tenha uma LINDA e ABENÇOADA semana minha irmã, um beijo grande em seu coração!!!

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  8. Anônimo10:57 AM

    Lindo texto e contém muita sabedoria!!!! A-mei!!!! Beijos e uma semana cheia de amor pra vc!!!!

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  9. Que lindo texto Roberta!
    O amor basta sentir-se e realmente não precisamos explicá-lo ;)
    Beijos e uma semana maravilhosa para você!!!

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  10. Olá minha querida!

    Adorei o texto!

    Amor quando chega a gente simplesmente sente, não existe explicação para o amor, encontrei o meu a um oceano de distância.
    Nunca imaginei ...

    Beijinhos.

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  11. Anônimo4:03 PM

    Ah, Roberta, você sabe das coisas meninas. Sabe apreciar um bom vinho e o valor que ele tem sem precisar ler o rótulo, apenas sentindo seu corpo o sorver, ainda que de olhos fechados.
    Abraços!

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  12. Anônimo6:35 PM

    Prezada amiga
    Hoje vim lhe agradecer pela sua linda e carinhosa presença lá no meu cantinho, através de um simples selinho, 300 seguidores , feito com muito carinho.
    Agradeço-lhe de todo o coração!
    Abraço amigo!
    Maria Alice

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  13. Ai, que texto mais lindo...é uma homenagem?...

    Beijos, saudades...

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  14. Anônimo9:09 PM

    Isso é amor incondicional. Amar simplesmente por ter amor pra dar.
    Bjs, adoro seu blog!

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♥ Obrigada pelo comentário, sua opinião é muito importante! Beijinhos Iluminados!

Gratidão!

Gratidão!